EM NOME DA MÃE
Houve uma época, nem tão distante assim, quando o que valia era o amor à camisa. Bem diferente do beijo no escudo dos novos contratados de hoje, teatro de marketing boçal. No futebol profissional, todos ligavam o jogador ao seu clube: Zico no Flamengo, Dinamite no Vasco, Edinho no Fluminense, Mendonça no Botafogo, Reinaldo no Atlético. Amadorismo se confundindo com profissionalismo, se o time perdia o atleta sentia, nem aparecia na rua, sofria com a torcida.
Se no profissional era assim, pode-se imaginar o futebol de praia no fim dos anos 70, estamos falando do século passado. Em frente à República do Peru ainda não havia traves, o peladão, mais de 20 de cada lado, era no campo imaginário, bolas altas eram discutidas a cada lance, se gol ou por cima. Acima de tudo, a galera se encontrava toda tarde na praia, se percebia rapidamente quem maltratava a pelota e quem tinha intimidade.
Com o campo demarcado e a fundação do time, os jogos de camisa eram comprados com o dinheiro das vaquinhas, a galera se deslocava até a Marechal Floriano para escolher os uniformes, zona no ônibus, a estreia era uma festa. Via de regra, no Força, havia a maldição da nova camisa, em geral perdíamos. Nada de grave, bola para frente! O Força passou a ser reconhecido na praia e a cultivar suas rivalidades na areia.
Nessa época de amor à camisa, na qual cada semana um jogador levava os uniformes para lavar na própria casa, um camarada se destacou. Chegava cedo, colocava as redes para o jogo do aspirante, distribuia as camisas, pressionava o árbitro sem risco de levar amarelo, pois a partida não tinha começado, enfim, dava o sangue pelo Força. No dia que a mãe faleceu estava ele tirando as redes, quando a maioria já se reunia no bar, enchendo a caveira. Sorte nossa que hoje esse camarada É o nosso presidente: JOSÉ MARCOS DA SILVA
5 comentários:
Valeu grande estréia no blog do nosso força e grande homenagem ao nosso querido Zé.
Hiram
É um enorme prazer o blog contar com tão ilustre colaborador.
Craque na bola e craque nas palavras.
Professor por natureza.
A lembrança da primeira coluna remete ao espirito do que é o FORÇA E SAUDE.
Muito obrigado Cerezo e meu forte abraço.
Leo
Prezados Amigos e especialmente ao Cerezo, abraços.
Foi com grande emoção e satisfação que li a coluna do nosso camarada e diplomata Cerezo. É muito bom saber que passado tantos anos (30)sempre nossas ações foram lembradas, estamos juntos e reitero que só podemos conquistar algo com UNIÃO, por mais ue seja antigo este lema é sempre atual: "UM POR TODOS E TODOS POR UM"
Grande Cerezo (Embaixador)
Parabéns pela brilhante matéria e pela homenagem mais do que merecida ao Zé Marcos.
Abraços
Felipe
João CAVALÃO (lembra)
Se não lembra, olha para sua canela, certamente tem alguma marca que eu deixei.
RSRSRSRS
Você escreve muito bem CEREZO.
Estive hoje com Zé Marco que comentou sobre o Bloq.
Parabéns pelo trabalho.
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