segunda-feira, 18 de outubro de 2010

COLUNA DO CEREZONE 2

ORGULHO NO TANQUE

A praia em frente à República do Peru sempre foi reconhecida por abrigar um elenco fabuloso de "nativas". Não apenas as minas locais, nascidas e criadas na área, mas igualmente muitas outsiders que, atraídas pelos valetes da RP, vinham tomar um solzinho em nossas areias. Nomeá-las seria perda de tempo e de espaço, basta dizer que tiveram épocas gloriosas, atraindo pensamentos libidinosos da rapaziada. Uma delas, personagem central da história que agora se inicia, não terá seu nome revelado, mas muitos dos que estavam na praia durante o acontecido, dela se lembrarão.

Morava nos arredores da Mascarenhas e, logicamente, frequentava a praiana na RP. Loira, cabelos lisos, sempre morena de sol, podia se dizer que era um negócio, toda totosa. De forma evidente, sabia que despertava os olhares gulosos dos representantes do sexo oposto, o que a tornava, digamos, bastante marrenta. Essa marra de cão já fazia parte de sua personalidade, para o delírio de alguns e o desgosto de muitos. Mas as reflexões sociológicas sobre seu modo de ser se pulverizavam quando ela tirava a canga na praia e exibia os atributos generosos que a natureza lhe proporcionara.

Em um dos muitos domingos de verões passados, após uma boa dose de preguiça debaixo do sol, aos gritos de "pelada, pelada", a galera começou a separar os dois times, divididos em uma multidão de malucos fominhas por bola. Figuras paradigmáticas, como Paquinha, Luis Siri, Genival e Zeca Angu estavam entre os participantes de mais um rachão "sangue e areia", campo todo. É preciso ressaltar que, em meio aos jogadores, misturavam-se surfistas, lutadores e aqueles que nasceram, física ou psicologicamente, inaptos para qualquer tipo de esporte.

Como parecia evidente, aos banhistas que chegavam ou saiam da praia, não restava outro caminho que não fosse passar por trás dos gols. Ninguém se arriscaria a tomar uma bolada ou mesmo ser engalfinhado por uma dividida mais renhida. Tal providência, entretanto, não seria seguida por ELA, que deixava a praia. Por que razão deveria fazer o caminho mais longo? Nada disso, iniciou seu trajeto pelo centro do campo e por ali continuou, colhendo murmúrios de admiração e de indignação dos peladeiros. Já estava quase aos pés do calçadão quando uma voz cortou o silêncio reinante: "Esse seu orgulho vai acabar no tanque, lavando minhas cuecas." Enquanto a massa explodia em gargalhadas, a nativa, como que atingida por um direto no queixo, recolheu os cacos e atravessou a rua, num passinho menos modelito e mais de fuga. Passou quase dez dias sem dar o ar de sua graça. Identificaram, posteriormente, o autor da frase. Seria o conhecido "Rei das Fuleiras". Não há, entretanto, certeza da autoria. O que importa é que a bola voltou a rolar macia e a galera, vingada...

8 comentários:

Unknown disse...

Fala, Cerezo. É amigo quem viveu, viveu muito bem lembrado os personagens, um deles o Zeca Angu, encontrei com ele na sexta antes da estreia do Força, me garantiu que ia, não apareceu, encontrei com ele hoje de novo na cidade e questinado por não ter aparecido disparou a seguinte frase: O Zé você acha que eu ia perder tempo com a Paula sempre foram fregueses eu vou é em jogo duro. Abraço

Diretoria de comunicação disse...

Sensacional, o comentario de nosso amigo Zeca.
Disse tudo.

abs.
Leo Nariz

Unknown disse...

Conhecendo os personagens narrados na história, acredito que o autor da fuleira foi o Luis Siri, também conhecido como Sassá.
Cerezo, parabéns pela coluna.
Sds.
Flavio MAGRÃO

J11 disse...

O conhecido e inventivo personagem Rei das Fuleiras é o pseudonimo de um grande colunista.....

O mesmo da famosa assinatura da caveira numero 9 em uma carta de protesto enviada em tempos passados ao nosso atual presidente.

Mas isso é papo pra outro bate papo.

Abçs João

FS é RP !!

Diretoria de comunicação disse...

Caveira 9? Carta de protesto?
João podemos abrir a sua coluna tb.
Gostei dos assuntos. kkkkkkkkk

abs
Leleo

Cerezone disse...

Há controvérsia quanto à identidade do bravo "Rei das Fuleiras". Alguns afirmam ser um conhecido patrício do Além-Tejo...

Sem esquecer que o evento que deflagrou uma verdadeira guerra entre veteranos e aspiras do FS foi o pagamento do passe do Julião, já que a mala continha uma "bomba" não digerida pelos caveiras.

Emilio disse...

Grande Gayrezo, sinceramente lembro mto bem do fato e da dita cuja. Qto ao Rei das Fuleiras acredito que tenhamos um Reis e VARIOS discipulos..pois sem kerer citar nomes (Joao Gambá, Vc, Siri) eram os principais.
Lembro me tb da compra do passe de um jogador onde o pagto foi feito no bar (em frente a antiga churrascaria Jardim) atraves de uma mala cheia de coco de cachorro, gerendo por parte da velha guarda uma grande caçada aos empresarios KKKKKK
GDE ABRAÇO

Emilio

Cerezone disse...

Beleza, Gaymilio, um dos mais fuleirentos de todos os tempos!

Grande abraço!